segunda-feira, 25 de julho de 2011

Rui Veloso - Máquina Zero



Letra da música aqui



Analisando a letra, surgiu um debate sobre esta canção. Vejam:

Manuel David Masseno:” Serviço Militar Obrigatório. Processo de Inspeção dos Recrutas.

Taís Marques Porto:” Direitos Humanos.

José Carlos Filho Puca: Realmente, serviço obrigatório não combina com Direitos Humanos. Assim como também não se combina cidadania com obrigação de voto.

Taís Marques Porto:” Concordo plenamente!

Manuel David Masseno Estimado José Carlos Filho Puca, quanto ao voto, considero que deveria ser um ónus e não um dever, isto é, apenas quem trabalha para ou recebe prestações diretas dos poderes públicos, nomeadamente subsídios, ficaria sujeito a tal regra, enquanto contrapartida cívica mínima.

José Carlos Filho Puca:” Prezado Manuel David Masseno, eu vejo na obrigação dois grandes problemas: a compra de votos e o voto sem qualquer convicção (ou de deboche). A obrigação sempre é um fardo que não se deveria incutir em cidadãos.

Alexandre Melo Franco Bahia: Amigos Manuel David Masseno eJosé Carlos Filho Puca: este é um debate longo.... o pessoal da Ciência Política, principalmente os comunitaristas, vão dizer que o voto é civicamente pedagógico... cá entre nós, sempre fui crítico disso: voto é direito, não dever!!!! Não se obriga ninguém a ser cidadão.”

José Carlos Filho Puca:” Alexandre Melo Franco Bahia, concordo integralmente. O que se pode considerar civilmente pedagógico, quando temos, ainda, os verdadeiros currais eleitorais? E, quanto ao que você afirma: sem dúvida, cidadania se constrói com direitos e não com deveres. Sem dúvida, em determinados momentos, o dever é condição do exercício, até mesmo para terceiros, mas jamais por imposição para um serviço militar e um voto que poderia ser consciente e deixar de ser por um saco de cimento.Aonde está a pedagogia na compra de votos e nos currais?

Alexandre Melo Franco Bahia:” E voto obrigatório para as pessoas mostrarem sua insatisfação votando no Tiririca...Verdade seja dita: o ACM era tudo menos falso; ele dizia que era contra o voto facultativo porque daí só "petista" iria sair de casa para votar.

José Carlos Filho Puca:” Pois é...

Taís Marques Porto:” O exercício do voto fortalece a cidadania e amadurece o cidadão.A duras penas.

José Carlos Filho Puca:” Exercício... não dever-ser. Não obrigação. Exercício.

Carla Eugenia Caldas Barros:” Excelente debate..

Manuel David Masseno:” Estive lendo as vossas considerações e me ocorreu a questão do dever fundamental de pagar impostos, para citar a Tese do Prof. José Casalta Nabais..

José Carlos Filho Puca:” Manuel David Masseno, já li sobre este Direito Fundamental, que, até poderia ser considerado como tal, se houvesse a devida contraprestação pelo Estado.E, não há. Assim, teria eu o Direito Fundamental de opor-me aos tributos.

Alexandre Melo Franco Bahia:” Na Espanha há esse direito de oposição, estou certo?


Os Meninos de Huambo







Os Meninos de Huambo
Composição: Rui Monteiro
Com fios feitos de lágrimas passadas
Os meninos de Huambo fazem alegria
Constroem sonhos com os mais velhos de mãos dadas
E no céu descobrem estrelas de magia
Com os lábios de dizer nova poesia
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavras
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Com os sorrisos mais lindos do planalto
Fazem continhas engraçadas de somar
Somam beijos com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar
Dividem a chuva miudinha pelo milho
Multiplicam o vento pelo mar
Soltam ao céu as estrelas já escritas
Constelações que brilham sempre sem parar
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Palavras sempre novas, sempre novas
Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo
Assim contentes à voltinha da fogueira
Juntam palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo


Manuel David Masseno lembra que estão presentes na canção o Direitos da Criança, Direito à Educação, Direito à Auto-determinação e à Independência. Além dos símbolos Nacionais.



Enviado por Manuel David Masseno.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

É Terça Feira






É Terça Feira
Composição: Sérgio Godinho
É terça-feira
e a feira da ladra
abre hoje às cinco
de madrugada
E a rapariga
desce a escada quatro a quatro
vai vender mágoas
ao desbarato
vai vender
juras falsas
amargura
ilusões
trapos e cacos e contradições

É terça-feira
e das cinzas talvez
amanhã que é quarta-feira
haja fogo outra vez
o coração é incapaz de dizer
"tanto faz"
parte p´ra guerra
com os olhos na paz

É terça-feira
e a feira da ladra
quase transborda
de abarrotada

E a rapariga
vende tudo o que trazia
troca a tristeza
pela alegria

E todos querem
regateiam
amarguras
ilusões
trapos e cacos e contradições

É terça-feira
e das cinzas talvez
amanhã que é quarta-feira
haja fogo outra vez
o coração
é incapaz
de dizer
"tanto faz"
parte p´ra guerra
com os olhos na paz

É terça-feira
e a feira da ladra
fica enfim quieta
e abandonada
e a rapariga
deixou no chão um lamento
que se ergue e gira
e roda com o vento
e rodopia
e navega
e joga à cabra-cega
é de nós todos
e a ninguém se entrega

É terça-feira
e das cinzas talvez
amanhã que é quarta-feira
haja fogo outra vez
o coração
é incapaz
de dizer
"tanto faz"
parte p´ra guerra
com os olhos na paz



Manuel David Masseno encontra na letra da música disciplina dos mercados de rua. Além disso, traz um breve glossário para melhor entender o teor da melodia:
·         "Feira da Ladra" = tradicional feira de coisas em segunda mão de Lisboa
·         "rapariga" = forma feminina de rapaz



Carla Eugenia Caldas Barros comenta sobre outros assuntos do Direito na canção como o comercio - comércio ambulante- empresário individual..